Muito se tem falado nos últimos dias da mãe que envenenou os filhos e se suicidou de seguida. É triste? Não. É para cima de triste. É indescritível. Ele há coisas que ultrapassam a minha capacidade de compreensão e esta é certamente uma delas. Não entendo, nem quero entender a brutalidade do que se passou mas (e podem começar a atirar os calhaus) a verdade é que não gosto de lugares comuns, menos ainda de generalizações e juízos de valor. Longe de mim, fazer de defensora da mãe em questão, até porque se perderam de forma trágica e desnecessária duas vidas inocentes mas não podemos emitir opiniões coerentes e fundamentadas, baseados apenas no que ouvimos através da comunicação social. Por mais feio, chocante e incompreensível que tenha sido o acto dessa mãe, há sempre coisas que nos escapam, pormenores que desconhecemos...uma história por trás da própria história. Acredito ou quero acreditar que ninguém chega ao fim da linha assim do nada. Não há justificação para o que aconteceu porque o que aconteceu não deveria acontecer nunca mas só esta mãe sabia o que lhe ía nos cantinhos mais recônditos do coração...apontar o dedo é fácil e é uma atitude limitada e dos pobres de espírito e infelizmente, tipicamente portuguesa.
Uma coisa é certa, a saúde mental foi e é constantemente desvalorizada neste país e a que custo, meu Deus, a que custo.
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Dentadas