segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

I love you


Acordar

(...)
Eu adoro todas as coisas 
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite. 
Tenho pela vida um interesse ávido 
Que busca compreendê-la sentindo-a muito. 
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo, 
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas, 
Para aumentar com isso a minha personalidade. 

Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio 
E a minha ambição era trazer o universo ao colo 
Como uma criança a quem a ama beija. 
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras, 
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo 
Do que as que vi ou verei. 
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações. 
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos. 
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca. 

(...)

Álvaro de Campos

domingo, 24 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Pois


Beasts of the Southern Wild

Ainda não vi mas algo me diz que este filme é uma pérola do cinema e das raras. Estou ansiosa por ver a prestação da pequena Quevenzhané Wallis que a julgar pelo trailer e pelos imensos elogios que tem obtido por parte da crítica, vai certamente valer a pena.
Gostava de o ver hoje mas hoje é dia de...bola.




Miss Dahl

Nunca gostei de cozinhar e quando comecei a fazê-lo, tardiamente na minha singela opinião e por mera obrigação diária, recorri como não poderia deixar de ser à literatura culinária. O que seria de mim sem literatura??? Comodista assumida, procurei, claro está, as receitas mais práticas e simples deste mundo, tenho mais que fazer e a que me dedicar quando estou no meu ninho, do que cozinhar. Na altura, a minha mãe na sua boa vontade, deu-me os seus livros de Pantagruel que ainda hoje guardo. O termo certo é mesmo esse: guardo. Apesar de ser muito provavelmente a maior obra de culinária que existe em Língua Portuguesa, não eram propriamente o que eu procurava. Anos depois, fui ganhando gosto e como nunca me falta vontade de aprender, vai daí e comprei um livro da Mafalda Pinto Leite que era a minha cara - Cozinha para quem não tem tempo - tinha descoberto ouro. Foi neste livro que descobri uma data de coisas, inclusivamente a fazer scones como não há em lado nenhum. Melhores só comi mesmo no País de origem. A sério! E mais, fazem-se em 20 minutos apenas. Chego a fazê-los ao pequeno almoço nos fins-de-semana. No ano passado, alguém preocupado com a nossa alimentação (porque seria?), decidiu oferecer-nos a Bimby dos nossos corações e desde aí tem sido a loucura. Ainda assim, há coisas que se mantêm como dantes, por exemplo, os famosos scones continuam a ser feitos de forma tradicional. E a lasanha...também.
Adiante.
Enquanto gulosa assumida, descobri um talento em mim que desconhecia absolutamente e modéstia à parte, faço bolos e doces de comer e chorar por mais, coisinha que nunca imaginei ser capaz. Também apurei a técnica dos pratos que fazemos diariamente e o resultado tem sido positivo. Se calhar devia dar início a um projecto que implicasse utilizar estes dotes mas não há € para começar nada. Paciência. Tudo isto para voz dizer que durante as minhas muitas incursões pelas Fnacs, Bertrands e Bulhosas do meu universo, descobri um verdadeiro tesouro: As Voluptuosas Receitas de Miss Dahl. É uma delícia ler este livro, lá está, mais uma coisa que descobri, como é possível ler e ainda por cima, com prazer, um livro de culinária??? Pois, pensava que tal não era possível e se alguém mo tivesse dito eu diria que essa pessoa estaria a delirar e sugeria-lhe vivamente a toma de um victan no mínimo, mas este é um livro diferente de receitas que nos prende corpo e alma logo de início. Há receitas (simples e fáceis de confeccionar) para cada estação do ano e com as histórias e peripécias que as inspiraram. É muito mais do que um simples livro de receitas porque esta mulher sabe escrever e fá-lo de forma simples, despretenciosa e muito apaixonada.
Para quem não sabe, Sophie é casada com Jamie Cullum, esse mesmo. A dedicatória que lhe deixa não poderia ser mais vunita:

''Para Jamie, em cuja mesa gostaria de envelhecer. Com todo o meu amor.''



Não ser Relvas by Fernanda Câncio in DN

Por vezes, os outros dizem melhor o que nos vai na alma e neste caso a Fernanda fê-lo, a meu ver, muito bem.

Não gosto de Miguel Relvas. Mesmo nada. Não gosto do ministro, não gosto do político, deploro o discurso, a pose e o historial. Execro o que fez - não tenho dúvida de que fez - a Maria José Oliveira, a jornalista do Público que ameaçou com revelação de factos da sua vida privada para tentar evitar que ela o questionasse sobre declarações suas no Parlamento a propósito da relação com o ex-espião Jorge Silva Carvalho. Execro o facto de, na oposição, ter afirmado que a família do anterior primeiro-ministro, os filhos, deveriam ter vergonha dele - a vergonha, precisamente, de que o próprio demonstrou não ter pinga, ao manter-se, e ser mantido, em funções quando o próprio presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social diz não ter dúvidas sobre o facto de o ministro ter ameaçado a jornalista. E, por fim, deploro que haja quem o convide para falar de jornalismo, passado, presente ou futuro, depois de tal se ter passado: se a pessoa Relvas não percebe que não pode continuar ministro, que ao menos jornalistas e órgãos de comunicação social evidenciem não lhe reconhecer dignidade para tutelar o sector.
Compreendo e sinto a justa fúria que tantos sentem ante um governo que diz governar "lixando-se para as eleições" quando, para ganhar as últimas, garantiu que faria tudo ao contrário do que está a fazer. Compreendo quem se lembra de ver Relvas insurgir-se contra aumentos de impostos e austeridade e desemprego e jurar que tudo seria diferente com o PSD, para agora sugerir que quem está mal que emigre. Compreendo quem se indigne por um ministro que fez uma licenciatura à pala de equivalências estar no mesmo governo que chamou às Novas Oportunidades "certificação de incompetência". Compreendo quem recorda Relvas a vituperar os ministros socialistas quando se insurgiam contra manifestações insultuosas ao ver o PSD clamar por "respeito democrático" pela "dignidade das funções" se tal se passa com os seus ministros - exigindo até ao PS que se lhe junte na reprovação "enfática".
Mas não gosto de ver pessoas acossadas. Aliás, não gosto sequer de ver pessoas a serem humilhadas, menos ainda publicamente - por mais que sejam culpadas de humilhar um país e de desrespeitar a democracia e a Constituição que agora querem como mártires (!) invocar. Daí que, pese tudo o que penso e sinto, me tenha desagradado ver Relvas insultado no chamado "clube dos pensadores", ainda com aquele sorriso apalhaçado com que tentou fazer coro no Grândola com quem protestava. Não gostei de o ver, em pânico, pelos corredores do ISCTE, sob os gritos dos estudantes, à procura de abrigo, de uma porta por onde sair de cena. Por mais que queira isso mesmo, que Relvas saia, que este governo se vá, não deve ser assim. Não decerto por ele, não decerto por eles: por nós, que não somos Relvas. Que não temos da democracia o entendimento oportunista e canalha de quem dela se serve em vez de a servir e honrar.

Guia para dar o salto?!*

Confesso que por vezes (com o passar dos anos, cada vez menos, felizmente), consigo ser exímia em ligar o 'complicador'. Nesses momentos, dou por mim irritada, 'dou socos ao vento' e depois passa-me tão depressa quanto me deu (um cheirinho da taurina que há em mim). A seguir dá-me o estupor da 'inércia emocional', o adiar indefinidamente resoluções que há muito deviam ter sido tomadas em prol de mim própria mas aparentemente sofro de um 'auto-embargo assassino'.
Para chegar a esta conclusão, bastou-me ler um artigo do famoso Dr. Oz na revista Visão. Não é que o artigo seja assim uma grande novidade, basta ter bom senso, aquele que todos temos mas evitamos usar amiúde.
O artigo refere questões nas quais fiquei a remoer e que servem para tudo nesta nossa vidinha, senão, vejam:

Aquilo que compreendemos nos nossos lóbulos do raciocínio e aquilo que sentimos nos lóbulos emocionais são duas coisas muito diferentes.
(...)
Estar bloqueado, preso entre o mundo do sei-que-não-devia-fazer-isto e o mundo do estou-de-facto-a-fazer-isto (...) Tempo improdutivo e frustrante (...) Más opções e estilos de vida pouco saudáveis.
A inacção é um mecanismo poderoso.
(...)
Quando adiamos a dieta para amanhã estamos a escolher o caminho da morte.
(...)

Fazer mudanças em 5 fases:

. Pré-contemplação

. Contemplação

. Preparação

. Acção

. Manutenção

Se virmos dez pássaros num fio e cinco decidem voar, quantos ficam? Dez.
Decidir e fazer não são a mesma coisa.

*Mehmet Oz



Picasso de trazer por casa


Definitivamente, temos um Picasso cá por casa. Um dos nossos problemas é que esta nossa artista gosta de expressar a sua arte não só no papel, como em todo o lado. E quando digo em todo o lado, não estou a cometer nenhum exagero literário. Até agora e entre roupa, livros, revistas, sofá, mesas, cadeiras e o que apanhar pelo caminho, as paredes parecem ser um dos materiais que mais a fascinam...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Entre mães e filhas

A minha filha mais velha está numa fase em que se farta de me rapinar coisas. Ele é roupa, brincos, pulseiras, lenços, malas, relógios (isto é que não pode ser MESMO, nos meus relógios ninguém pode mexer) e a este ritmo a coisa tem aspecto de vir a piorar. Não é que a mais nova também já não se atire às minhas coisas mas como ainda não tem tamanho suficiente não consegue acompanhar a mais velha no rapinanço profissional. Pois que hoje aconteceu o inverso, dado que a pré-adolescente já calça o mesmo número que eu, dei por mim a recordar tempos idos e vai de calçar os seus ALL STAR. Só é pena serem vermelhos, pá.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Das manhãs de sábado

Daquelas que começam cedinho, lá para os lados do Restelo. Os torneios de vólei da rapariga mais velha têm destas coisas pelo que lá fomos as duas bater com os ossos ao estádio do Belenenses, no meio da neblina matinal e praticamente de madrugada, pelo menos na minha opinião. O meu mais-que-tudo e o piolho mais novo safaram-se e ficaram no quentinho da cama. 
Apesar de morta de sono, foi uma bela manhã a ver o piolho a jogar (está uma profissional). A seguir, por volta do meio-dia, fomos em direcção à Pastelaria 'O Careca' em busca dos famosos croissants, supostamente os melhores de Lisboa. A curiosidade era muita e lá trouxe uma caixa deles quentes, quentinhos. E depois de enfardar dois que gulosa como sou, um soube-me a pouco, concluí que a popularidade é mais do que justificada. Só tenho pena de não morar ali ao lado ou então e pensando bem, era capaz de não ser boa idéia já que estou assim para o roliça e mesmo assim é estranho porque vou enfardando estas delícias da vida, imagine-se a viver perto de uma coisa destas?!


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Cautelas e caldos de galinha...

...nunca fizeram mal a ninguém.

Ratzinger, fizeste bem! 
Por ti, pela própria Igreja e pelos teus sucessores.


A propósito do post anterior

''A estupidez insiste sempre.''

Albert Camus

Perguntas que gostava mesmo de saber a resposta

Ora aqui está um título de posts que prevejo infindável. 
Nos dias de hoje, excepção feita ao que diz respeito às minhas filhas, não aprecio o carnaval. 
Talvez se estivesse em Veneza...
Adiante. 
Tempos houve, enquanto menina, claro está, que gostava de vestir o fato que tinha idealizado (nesse tempo feito à mão pela minha mãe que estas coisas não se compravam feitas como hoje) e ir à festinha de carnaval que uma das amigas da escola costumava organizar. Vestir, maquilhar, brilhos e lantejoulas aqui e ali, transformarmo-nos era então, magia pura. Cresci em Luanda, terra de verão permanente que se nos colava à pele, razão pela qual não consigo compreender como é que se pode festejar o carnaval a tentar sambar de rabo e maminhas ao léu com as rajadas de vento frio que se tem sentido neste lindo País à beira-mar plantado. Pessoas que me aturam, não me interpretem mal, não sou daquelas púdicas a quem incomoda ver mulheres despidas, por mim até se podem despir todas mas sou só eu que acho que não estamos no Brasil??? O povo irmão pode fazê-lo, não só porque o samba é uma 'instituição' brasileira que lhes está no ADN mas porque está calor à brava por aqueles lados pelo que é normal que desfilem praticamente despidos?!?! Neste Portugal e para quem quer sambar e despir a bela da roupinha, o melhor seria passar o carnaval lá mais para Agosto e já não se fazia figurinha ridícula?!
É só uma humilde opinião.

Excelsior

Silver Linings Playbook ou se preferirem, Guia para um Final Feliz, foi um dos melhores filmes que vi nestes últimos tempos tão cinzentos. Original, simples e despretencioso, mesmo como eu gosto, vai muito além do que está definido como simples comédia romântica. Parte duma fórmula relativamente comum e sem darmos por isso, acaba por nos arrastar para um sem fim de refrescantes possibilidades. Trata de amor, aceitação, compaixão e acima de tudo, de OPTIMISMO. Bradley Cooper ao mais alto nível, Jennifer Lawrence, simplesmente arrebatadora, como se fôsse possível superar-se a si própria depois do que vimos em Winter's Bone (Despojos de Inverno) e Robert De Niro, palavras para quê? Mais uma prestação excelente, entre tantas.
E é assim que depois de 122 minutos de filme, se fica com um sorrisinho parvo no rosto e no coração que é onde mais importa, preparados para lutar contra os nossos demónios e reencontrar o caminho.


''If you stay positive, you have a shot at a silver lining.'' 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


Frases da minha vida # 39

Não procures que tudo aconteça como pretendes, deseja antes que tudo aconteça como realmente acontece; e assim terás uma vida serena.

Epicteto (C. 55 - 135 D.C.)

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Hiponcondríacos versus Alarmistas

Nada como Woody Allen para escrever uma maravilha destas. O tom da sua escrita é único. A propósito, eu acho que também faço parte do grupinho dos alarmistas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Verifico que, tantas 
vezes alegre, tantas
vezes contente, estou
sempre triste.


Fernando Pessoa