quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Desabafo de uma desempregada

Procurar emprego e estou a referir-me a um emprego minimamente decente, nos dias que correm, é dose!
Sei que não estamos na melhor altura do ano, o pessoal está todo de férias e quem não está estivesse, para além disso a conjuntura é uma merda e a crise também e assim é a vida mas as ofertas que surgem são do pior que já vi em toda a minha vida. Já para não falarmos nas bocas que os outros, as pessoas limitadas nos mandam como por exemplo os clássicos: estás em casa, estás de férias, que fixe, pagam-te para estares em casa o que querias mais, há por aí muita oferta mas as pessoas não querem trabalhar, querem estar é no bem bom às custas dos outros e tantas outras merdices e filhas-da-putice que graças a Deus eu não oiço porque tenho mais o que fazer e para além disso desenvolvi uma faceta em mim da qual gosto imenso - a arte de saber ignorar - sim, sim, porque cada pessoa tem de mim aquilo que merece. Demorei a aprender mas actualmente tornei-me uma verdadeira profissional nessa arte até por outras razões que agora nem vale a pena referir.
As pessoas infelizmente do que mais gostam de fazer (e não é só a este nível) é de generalizar, criticar e julgar (que é  o mais fácil que existe nesta vidinha) esquecem-se que alguns de nós que estão nesta situação querem trabalhar. Mas não se pode chamar 'trabalhar' a tudo o que aparece por aí. Principalmente quando ainda se fica a ganhar bem menos do que o que se recebe de subsídio de desemprego. Esquecem-se também que o subsídio é um direito de cada um de nós depois de anos e anos de descontos nos nossos vencimentos. Esquecem-se que temos o direito de querer algo melhor para fazer e que não temos de aceitar toda e qualquer merda só porque estamos desempregados. Esquecem-se ou desconhecem que temos de ir ao centro de emprego ou à junta de freguesia quinzenalmente, apenas para mostrar uma declaração e o nosso cartão de cidadão, como se fôssemos prisioneiros ou devessemos alguma coisa a alguém.
Ele são ofertas que não interessam a ninguém, ofertas que só são aceites quando o pessoal já está no limite do desespero. E tudo isto a preço de saldo, não esquecer.
Se procuramos na nossa área, passamos automaticamente do nível que tínhamos para outro bem mais inferior. Se procuramos noutra área que não a nossa, não podemos nem temos direito a ser chamados porque afinal não temos experiência profissional nessa outra área...
Quando fiquei desempregada ainda estava grávida (timing porreiro), pelo meio estive de licença de maternidade pelo que ainda estava optimista e depois...depois dei por mim neste abismo...!
O que me vale é ter um sentido de humor (quase) interminável mas tudo tem limite nesta vida.

2 comentários:

  1. Prima do meu coração.... O teu desabafo faz sentido, no entanto não nos podemos esquecer que para cada pessoa que quer trabalhar há uma meia duzia que realmente não é muito chegada ao trabalho e prefere estar em casa até que o subsidio termine. Aí arranjam um emprego mais meia duzia de meses e voltam ao mesmo.

    Nunca estive nesta situação, mas sabes que compreendo que seja muito chato ir "picar o ponto" quinzenalmente, no entanto, nesta sociedade da mama fácil os abusos deviam ser mais que muitos. Este cantinho da Europa com mentalidade pequenina em que se anda à caça das fraudes ainda tem muito que penar.

    Lamentavelmente por uns pagam outros. Mas pensa assim, é uma fase que vai passar e se tudo correr bem vais encontrar um emprego para as tuas qualificações e experiência.

    Beijinho enorme.

    Andreia

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