Ontem lá fomos os dois, eu e o meu amor, pelo meio de imensa azáfama claro, ao cinema ver o 'Miral'. Ele não gostou assim nada de especial, eu gostei muito. Num ponto concordámos, a forma como foi filmado dá cabo dos olhinhos e da cabeça que aquela hora já tava fraquinha. Mas é inevitável, tudo tem uma explicação na vida (por vezes não é visível mas existe). Aqueles tremeliques na imagem estão intimamente relacionados com a temática do filme, o conflito israelo-palestino, o que faz todo o sentido, cansa mas faz. A meu ver, é uma história apaixonante, baseada em factos verídicos. Uma história muito 'antiga' mas infelizmente sempre tão actual. O realizador israelita Julian Schnabel optou por mostrar apenas um dos lados da questão, o lado palestino mas o filme no seu todo, 'grita' pela paz. Paz que seria possível se o ser humano estivesse disponível. Infelizmente, a História daquela e de outras regiões, tem-nos mostrado que não existe essa disponibilidade.
O filme parte do romance autobiográfico de Rula Jebreal (actual mulher do realizador), uma sobrevivente durante a intifada. Tudo o que lá está aconteceu de facto, ela apenas alterou os nomes. Uma mulher linda, inteligente e inconformada com a realidade brutal que em que vivia. Freida Pinto (excelente escolha) faz de Rula e fá-lo fabulosamente. Cada vez gosto mais desta actriz que mostra uma sensibilidade enorme.
Tal como diz Rula, 'No Médio Oriente não há espaço para a imaginação, a realidade é brutal'. Mas para esta mulher não houve apenas espaço para a imaginação. Libertou-se de toda a violência que viu e viveu, uma vitória a nível pessoal, e divulga o Médio Oriente que uns não têm noção e outros se limitam a ignorar.
Um aparte, como comprei o livro antes de ter ido ver o filme e acabei por não ter tempo de o ler, desta vez vou fazer a coisa ao contrário, ler depois de ver. Vamos ver como me corre a leitura.
Concordo. A forma como está filmado o ínicio do filme fez-me dores de cabeça. São mudanças bruscas de imagens e claro está nós tentamos sempre acompanhar isso.
ResponderEliminarTirando isso, eu gostei do filme. Retrata apenas a vida dos palestinos. Não me recordo de nenhum filme assim.
Para quem me conhece não é de espantar, pois eu tenho memória de um piriquito.