Mães e Filhas

Acabei agorinha mesmo de ver este filme. Não tive oportunidade de o ir ver ao cinema (como tanto gosto de fazer) quando esteve em exibição, penso que em Abril passado. Tive imensa pena por várias razões: para começar adoro ir ao cinema, a sinopse parecia-me interessante, os actores são excepcionais e apesar do realizador ser o Rodrigo Garcia, este filme tem como produtor executivo esse monstro sagrado - Alejandro Gonzalez Iñarritu - um dos meus preferidos. Penso que ninguém filma sentimentos e dilemas como ele. Ninguém os revela desta forma tão singular. Uma das características de que mais aprecio nos seus filmes é a capacidade que tem para nos mostrar várias histórias em simultâneo para depois as ir entrelaçando à medida que o filme vai avançando. Neste caso em concreto, não sendo ele o realizador e não querendo eu de todo retirar qualquer mérito ao mesmo, vê-se nitidamente a 'mão' do mestre ao longo de todo o filme. Os filmes dele marcam-me invariável e profundamente. A Naomy Watts está irrepreensível e a Annette Bening brilha como usual em tudo o que faz, não desfazendo do restante elenco. Aqui, trata-se da maternidade em toda a sua plenitude. Da adopção que também é ser mãe e principalmente de tudo o que implica ser mãe, as partes boas e as menos boas. De encontros e desencontros da vida e de todos os dias, de todas as horas, muitas das vezes sem sabermos, sem sequer desconfiarmos. Do confronto ou da falta dele. Do destino. De amores. De desgostos e tristeza. É fácil revermo-nos nesta história. Se calhar eu revejo-me um bocadinho mais...não sei...talvez. Sei que fiquei com o coração apertado e igualmente surpreendida.
Soube-me bem ver um filme assim. A vidinha de todos os dias reflecte-se em arte pura quando o talento o permite.
Há já algum tempo que não via um filme assim tão especial.
Venham mais destes.
Obrigada, rezinga.