terça-feira, 26 de julho de 2011

A típica falta de civismo portuguesa

Muito honestamente, sou daquelas pessoas que estaciona sempre ou quase sempre à primeira e com a mais valia de ser normalmente próximo do local que me interessa (esta parte irrita solenemente o meu marido porque ele, tadinho, estaciona sempre looonge de tudo) mas hoje, contrariamente ao que é usual, no parque de estacionamento do Corte Inglês, depois de ter dado umas 500 voltas, no mínimo, em busca de um lugar para estacionar, deparei-me com um espécime da chico-espertice portuguesa. Uma tiazona, loira, muito bronzeada e com o respectivo ar arrogante a acompanhar para não destoar o conjunto. Ah e levava um munino de 20 aninhos ao lado, se tanto.
Ora pois que quem me conhece sabe que tenho duas filhotas, sendo que uma delas é ainda bebé pakanina e de colo. Para vos situar, eu seguia atrás da tiazona quando de repente a tiazona vê um daqueles lugares porreiros para grávidas e acompanhantes de crianças de colo e sem qualquer pejo, acometida de um ataque de filha-da-putice repentino, toca de lá enfiar o seu bólide, assim à maluca. Ela, pobrezinha, desconhecia o bicho que seguia atrás, sim a falta de civismo tira-me do sério. Farto-me de ver criaturas do sexo feminino e masculino (este último dificilmente grávido!?) a fazerem o mesmo sem qualquer acanhamento mas nessas alturas ou já estacionei ou vou estacionar e havendo lugares para todos não me intrometo onde não sou chamada, apesar de ficar com muita vontadinha de o fazer. Nem os lugares reservados a deficientes são respeitados. Assumo que fico muito incomodadinha.
Passando à frente, hoje eu não tinha hipótese nem vontade de ignorar o acto da tiazona, afinal estava mesmo atrás dela, pelo que quando ela saiu do carro toda empinada , questionei calmamente a razão pela qual ela estava a estacionar em lugares reservados a pessoas cujo quadro ela obviamente não se enquadrava, aparentemente. O rapazote que ía com ela desatou a rir-se (sabem aqueles rizinhos parvos próprios da idade quando somos apanhados a fazer merda?) e ela a espumar da boca. Começou por me dizer, tadinha, que aqueles eram lugares reservados apenas a grávidas. Fiquei com pena da senhora porque obviamente ela tinha sérios problemas de visão. A sinalização era mais que óbvia e bem visível, garanto-vos e dela constava o Sr. Idoso, a Sra. grávida e os acompanhantes das criancinhas de colo. Insisti para que ela observasse com atenção a sinalização ao que ela retorquiu em tom elevado: Mas eu também podia estar grávidaaa!!! Pois podia mas não era a mesma coisa, pois não!? Não quis ser má mas confesso que me vieram à cabeça muitas respostas giras mas limitei-me a dizer-lhe que se fôsse o caso, eu iria procurar outro lugar, obviamente. Nesse preciso momento a tiazona caiu em sí e lá voltou para o seu lindo carro, sempre a reclamar (afinal ela era a dona da verdade e da razão) que eu não podia falar com ela daquela forma, assim e assado e lá retirou a sua linda viatura. Com muito má vontade, diga-se de passagem mas que a retirou isso retirou.
E se não retirasse, digo-vos que retirava de outra forma porque hoje eu não ía ficar a assistir.
E assim pratiquei a minha 1ª boa acção do dia. Mostrar ou tentar mostrar a alguém a ser cívico na loucura do dia-a-dia.
A 2ª foi logo a seguir mas não conto porque acho que cai mal e soa a exibicionista falar sobre isso porque implica falar sobre ajudar quem precisa mais do que nós. Mas encheu-me o coração fazê-lo, fez-me um bem danado!
Rico dia este!

3 comentários:

  1. Epá tu gosta de implicar minha! Apre! vais estacionar o carro nessa espécie de CC e quers o quê? tu ainda não aprendeste que existe uma classe social que para além de muito diheiro pensam que esse dinheiro pode comprar tudo? e Sim, a Sra tina razão, como é que tu podias provar que ela não estava grávida?
    Uma coisa é certa, contigo nõ quero disputar lugares em parques de estacionamento, nem em lado nenhum...
    Mas tens toooodaa a razão, exemplos desses são às resmas. Mas olha, eu só estaciono onde posso, ok?
    BJS
    M
    M

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  2. Adenda ao Post anterior:
    Não são erros de Português, é excesso de confiança, penso que sou uma barra a escrever e pimba... quase fiz um comentário que não se percebe, e mais, fui mordida pela mosca tsé-tsé.

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  3. A verdade é que nós portugueses gostamos de infringir a lei porque não existe responsabilidades neste país.

    Se houvesse mais pessoas a reclamar (quando têm razão), talvez fossemos mais civilizados e correctos

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